Portugal produz anualmente milhares de toneladas de resíduos de casca de ovo que não podem ser colocados em aterros. Com isto, a indústria de produtos de ovos têm ‘em braços’ o problema de não saber o que fazer com este subproduto animal.
Para dar solução a este problema industrial, uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), está a estudar soluções que permitam criar um material útil para os solos.
“A indústria de produtos de ovos já está a entregar as cascas de ovos a um gestor de resíduos para que sejam incorporadas na compostagem mas o processo não está bem optimizado e é isso que estamos a fazer no laboratório”, afirma Margarida Quina ao Ciência Hoje.
Segundo a investigadora que lidera a equipa, é possível valorizar este resíduo através dos processos de compostagem e utilizá-lo em solos que sejam insuficientes em nutrientes como o cálcio e que tenham características ácidas. Assim, em vez de se comprar aditivos químicos comerciais, esta pode ser uma boa via de corrigir solos que perderam as propriedades adequadas para a produção agrícola.
Após vários estudos e experiências, os investigadores de Coimbra conseguiram uma mistura equilibrada, recorrendo a resíduos de casca de ovo, casca de batata, relva e casca de arroz, com propriedades corretivas dos solos com défice de alguns nutrientes, nomeadamente cálcio, e capaz de remediar solos contaminados por metais pesados.
“A casca de ovo tem de ser juntada a outros resíduos porque é essencialmente um material inorgânico e como o processo é biológico, os microorganismos não vão ‘comer’ a casca de ovo. O que o processo de compostagem vai fazer é permitir elevar a temperatura no sentido de matar os microorganismos patogénicos que possam estar depositados na casca de ovo”, descreve Margarida Quina.
O estudo vai agora entrar na fase da análise da interacção do composto com o solo, ou seja, os investigadores vão avaliar o comportamento do solo ao novo aditivo.
“Agora estamos a iniciar os estudos para ver o efeito efectivo que este composto pode ter a nível de solos, designadamente uma vertente que nos parece também muito interessante é a descontaminação de solos contaminados por metais pesados. Já temos em laboratório solo contaminado com chumbo de uma área mineira e queremos ver se este composto que estamos a produzir e é rico em casca de ovo é uma mais-valia na recuperação de solos degradados por processos mineiros”, conclui também a docente do Departamento de Engenharia Química da UC.
Estes testes são “um bocadinho demorados” mas dentro de “um ano, um ano e meio” já “teremos conclusões visíveis” possíveis de serem divulgadas, acrescenta.
Um engenheiro norte-americano, da Universidade do Sul do Mississippi, em Hattiesburg, desenvolveu um material capaz de imitar a pele humana, ou seja, plásticos capaz de "sangrar e cicatrizar quando cortado ou arranhado”.
O projecto de Marek Urban, financiado pelo Departamento de Defesa norte-americano, foi apresentado numa reunião da Associação Americana de Química (American Chemical Society – ACS). O material é semelhante ao plástico – um polímero baseado em longas cadeias de átomos de carbono –; no entanto, a essas cadeias, Urban acrescentou pequenos elos moleculares, que se quebram e mudam de forma quando o plástico sofre danos.
Essa alteração promove a mudança de cor, uma mancha vermelha (que imita sangue) se forma em redor da zona afectada e indicado onde existe um problema. A auto-reparação pode ocorrer diversas vezes.
O material é mais amigável do ambiente do que os outros plásticos, uma vez que o processo de produção tem como base a água, em vez de ingredientes tóxicos. No entanto, a grande questão é: Para que serve? Este composto pode servir para substituir materiais que precisam de ser duráveis, mas se desgastam com o tempo, tal como automóveis, aviões, móveis, computadores, entre outros.
Esta foi uma notícia do canal TV Ciência, este explica o processo da produção do biodiesel e revela que já está em prática a obtenção de biodiesel em algumas empresas valorizando e preservando, assim, o meio ambiente.
Na 1ª parte desta actividade de projecto laboratorial, procede-se a uma recolha dos óleos usados, utilizando um recipiente de recolha, que por sua vez deve estar devidamente identificado (rotulado), onde deve estar descrito o número de vezes que o óleo foi utilizado, pois este é um dos factores que poderá influenciar na qualidade do Biodiesel.
Na primeira fase, após a recolha dos óleos usados, deve-se proceder a uma filtração por gravidade do óleo recolhido, de forma a torná-lo mais puro possível. Deste modo a filtração por ocorre devido ao efeito da gravidade sobre a mistura a separar. A mistura passa através de um filtro que retém as partículas de sólido, deixando passar o líquido. Pode tornar-se bastante demorada, sobretudo se o filtro ficar saturado, ou seja, se ficar entupido pelas partículas sólidas. É geralmente antecedida pela decantação, para evitar a saturação do filtro. Deste modo esta técnica permite que aos óleos alimentares usados (OAU) lhes sejam retiradas todas as suas impurezas para que se obtenha um Biodiesel mais puro possível.
As partículas removidas por filtração e os depósitos resultantes da decantação, nomeadamente no caso dos OAU, poderão ser objecto de compostagem, uma forma de valorização deste resíduo, ou serem encaminhadas para aterro sanitário.
Na segunda parte do processo de obtenção do Biodiesel, deve-se proceder ao aquecimento de todo o óleo já filtrado de forma a retirar toda a água existente no mesmo. Numa posterior fase, após a adição do metóxido de sódio terá de se proceder à realização de várias decantações, processo físico que consiste na separação de dois líquidos, utilizando uma ampola de decantação, em que no caso da produção de Biodiesel, a glicerina ficará no final da ampola e o Biodiesel ficará por cima (Biodiesel - Cor de mel, Glicerina - cor castanho - escuro). Este processo permite separar dois ou mais líquidos imiscíveis (que não se misturam), com base na diferença de densidades dos líquidos, para tal utiliza-se um funil de decantação.
O video mostra melhor os passos que devemos tomar:
A transesterificação por catálise básica é o mecanismo mais utilizado para produção de biodiesel, pois apresenta taxas de conversão bastante elevadas, sendo um processo rápido que envolve reagentes e equipamentos de menor custo. Além disso, aparenta ter menos consequências ambientais nocivas. Deste modo, além da extensa investigação laboratorial, este processo tem vindo a ser amplamente praticado à escala industrial.
A transesterificação por catálise básica ocorre em dois passos. Inicialmente, através da reacção de um álcool com uma base forte, geralmente o hidróxido de sódio, formando o metóxido de sódio. Uma boa formação de metóxido de sódio é fundamental, pois reduz significativamente a formação de sabão, resultante da reacção secundária de saponificação. No segundo passo, ocorre a transesterificação propriamente dita, onde o metóxido de sódio reage com os triglicéridos.
Em condições alcalinas, a presença de água pode provocar a hidrólise de alguns ésteres e a consequente saponificação, processo que não só consome catalisador como conduz à formação de sabões. Nesta situação verifica-se uma redução do rendimento da produção de ésteres associado a um aumento de dificuldade tanto na recuperação como na purificação do Biodiesel. É por isso de extrema importância que quer o óleo quer o álcool utilizados no processo de transesterificação tenham um baixo teor em água.
Na fase de Biodiesel ficarão as moléculas de triglicéridos não convertidas ou
semi-convertidas, tais como os monoglicéridos e os diglicéridos, bem como água e as
impurezas acima referidas, mas em muito menor quantidade.
Uma molécula de óleo vegetal é formada por três moléculas de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicerídeo. Os óleos e as gorduras são essencialmente constituídos por triglicéridos resultantes da esterificação de vários ácidos gordos pelo glicerol, que é um tri-álcool.
Os glicéridos são o resultado de uma união entre uma molécula de glicerol e uma, duas ou três cadeias de ácidos gordos, sendo no fundo ésteres de glicerol. Caso o éster de glicerol possua apenas um ácido gordo, toma a designação de monoglicérido (MG), no caso de possuir duas cadeias de ácidos gordos é um diglicérido (DG) e se possuir três é um triglicérido (TG).
Existem ácidos gordos que não se encontram ligados às moléculas de glicerol, que se chamam ácidos gordos livres e podem representar entre 0,3 a 2,0% da composição dos óleos, ou mesmo mais, quando se fala de óleos usados. Os ácidos gordos livres são responsáveis pela acidez dos óleos e gorduras. Esta composição química é bastante importante porque influenciaas propriedades físicas essenciais do óleo, como a viscosidade, o ponto de fusão, etc.
Cada tipo de óleo origina um tipo de Biodiesel com características próprias e diferentes. O ideal seria utilizar uma combinação de óleos que permitisse obter um Biodiesel com as melhores características possíveis.
O Biodiesel é um combustível amigo do ambiente e renovável, que é obtido a partir da reação química denominada de “transesterificação”, que surge da reação de óleos ou gorduras, existentes nos vegetais e animais, com um álcool, na presença de um catalisador. Este é biodegradável, e pode ser utilizado em alternativo, ao diesel convencional, do petróleo.
O Biodiesel utilizado como combustível, apresenta algumas vantagens mas também alguns inconvenientes, a tabela abaixo indicada, resume as vantagens e as desvantagens do Biodiesel.
Vantagens:
Pode ser utilizado diretamente em motores diesel de injecção directa, sem necessidade de adaptação do motor.
O desempenho dos motores não regista diferenças significativas na utilização de biodiesel em relação ao diesel fóssil.
O biodiesel é mais seguro do que os combustíveis fósseis como o diesel ou o gás natural.
Contribui para a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa.
Os gases provenientes da combustão não contêm SOx, principais causadores das chuvas ácidas.
Redução na emissão de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (alguns destes compostos são cancerígenos).
Desvantagens:
Custos elevados de produção do Biodiesel torna-o pouco competitivo a menos que existam incentivos fiscais.
Abaixo dos 0º C podem existir problemas de passagem do biodiesel do depósito para o motor.
Pode causar a dissolução da pintura sendo necessário utilizar tintas resistentes.
A história do Biodiesel teve início nos finais do séc. XIX, quando Rudolf Diesel descobriu que os óleos vegetais poderiam ser utilizados como combustíveis. Em 1890, na exposição mundial de Paris, Diesel demonstrou um protótipo de um motor movido a óleo de amendoim. Contudo, nos anos seguintes, os óleos foram preteridos em relação aos derivados de petróleo, mais económicos, abundantes e com maior conteúdo energético.
A ONU declarou 2012 como o “Ano Internacional da Energia Sustentável para todos”, uma iniciativa que pretende chamar a atenção para a importância do acesso universal à energia como forma de promover o desenvolvimento e aliviar a pobreza no planeta.
Sabia que mais de 1400 milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso à electricidade? E que outros 1000 milhões só têm electricidade de forma intermitente?
O acesso a formas de energia mais sustentáveis, como as energias renováveis, pode melhorar as condições de vida de muitas pessoas e promover o bem-estar e o desenvolvimento das populações.
Para um planeta sustentável, adere ao biodiesel e aposta na energia renovável!